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Investidores institucionais substituem "oportunísticos"

25 de maio de 2017

Os investidores institucionais devem começar a substituir os "oportunísticos” no sector imobiliário nacional, uma tendência avançada pelo 1.º inquérito trimestral ‘Portuguese Real Estate Investment Survey’, da consultora Deloitte.

Segundo a consultora, os investidores designados “oportunísticos” são movidos por preços baixos, enquanto os institucionais são “mais selectivos e com maior capacidade de investimento”, esperando-se que os preços dos imóveis continuem a subir.

Nesta primeira edição do ‘Portuguese Real Estate Investment Survey’ participaram 27 agentes, entre sociedades gestoras de fundos imobiliários, bancos, fundos imobiliários e ‘private equity’. As respostas sobre a evolução do mercado imobiliário foram recolhidas durante os meses de Março e Abril de 2017.

 

Investir é, para 29% dos inquiridos, a opção estratégica; mas 33 consideram que é desinvestir…

Questionados sobre as opções estratégicas para este ano, 29% dos agentes indicaram o investimento, enquanto o desinvestimento foi avançado por 33% e a gestão de portfólio por 38%.

“O contexto gerado pela crise económica em Portugal revelou-se favorável ao investimento imobiliário para os fundos ‘oportunísticos’, que vivem das oportunidades do pós-crise e da especulação que promovem”, comentou Jorge Marrão, responsável do sector de Real Estate da Deloitte, que acrescentou que à medida que os activos se valorizam há “uma inversão do processo” e surgem investidores institucionais, “com mais capital para investir e, logo, para suportar preços mais elevados”.

Segundo o estudo divulgado, os fundos e os bancos (ambos com 52%) serão os principais financiadores do investimento no próximo ano, com a perspectiva de que a origem será maioritariamente europeia (81%) e norte-americana (48%). A Ásia e o Médio Oriente deverão representar 43%.

 

Investidores norte-americanos manifestam cada vez maior interesse…

Jorge Marrão indicou ser esperado que o país desperte cada vez mais interesse entre investidores norte-americanos, face ao aumento das taxas de rentabilidade dos activos imobiliários, mas alertou para consequências.

“A valorização do património imobiliário poderá ter, contudo, consequências para as famílias portuguesas que queiram adquirir habitação”, esclarece Jorge Marrão.

Mais optimista está a percepção quanto à captação futura de fundos, numa comparação com os últimos 12 meses, uma vez que a percentagem de quem responde estar “difícil” essa captação baixa de 43% para 34%, relativamente aos próximos 12 meses.

A dimensão do financiamento (81%), o número de investidores (71%) e a duração do processo (76%) são considerados factores significativos/muito significativos para a captação de fundos por grande parte dos agentes do sector, lê-se na informação dada pela Deloitte que indicou que, quanto à duração do processo de aquisição de activos, 57% dos inquiridos revelam que está entre “3 e 6 meses”, enquanto 24% apontam para “6 a 12 meses”.

Entre os agentes que pretendem desinvestir, a estratégia vai passar do desinvestimento ‘core’(estratégico) (que decresce de 43% para 33%) para desinvestimento ‘value added’ (valor adicionado) (que sobe de 38% para 52%).

Questionados sobre os principais entraves no mercado, os agentes enumeraram, para os próximos três meses, o impacto da burocracia, a política fiscal e a situação política do país terão um impacte negativo no mercado imobiliário.

No entanto, a procura, a oferta, o investimento estrangeiro e a entrada de novos 'players' (operadores) são encaradas como variáveis positivas para o sector.

Acerca dos valores de avaliação atribuídos aos imóveis pelos avaliadores externos, a maior parte dos inquiridos refere ser atribuído um justo valor e estão em linha com as alterações do mercado.

 Lusa/DI