
Construção nova e diversificação de segmentos irão marcar imobiliário em Portugal
A Consultora imobiliária JLL apresentou hoje o estudo Market 360º, onde divulga o desempenho do mercado em 2019 e as perspectivas para 2020, ano em que os Investidores internacionais deverão transaccionar 2,5 mil M€ no imobiliário em Portugal
A consultora antecipa um ano de 2020 muito positivo para o mercado imobiliário, sublinhando que “o reforço da actividade de construção nova e a diversificação de segmentos e modelos imobiliários serão as principais vias para a dinamização do mercado”.
Pedro Lancastre, Director Geral da JLL Portugal começou por enfatizar no início da apresentação à imprensa: "Fechámos uma década de contrastes fortes com um mercado que atinge a sua maturidade em picos históricos. Dois anos consecutivos com mais de 3.000 milhões de euros investidos em imobiliário comercial, com cerca de 200.000 m2 de escritórios ocupados e, um número próximo das 180.000 casas vendidas". "Acreditamos que o mercado se possa manter nestes patamares – sublinhou o ghestor - , e contamos que 2020 volte a ser mais um ano muito positivo para o imobiliário português" - referiu.
"O reforço da construção nova será uma das principais vias para a dinamização do mercado imobiliário este ano, aguardando-se o arranque de projectos estruturantes como são os casos da Feira Popular, Metropolis (junto ao Estádio José Alvalade) ou Pedreira do Alvito. Esperamos a voltar a ter um "ano de terra", com investimento no desenvolvimento de terrenos para projectos de habitação, mas também de usos mistos, especialmente fora do centro da cidade e muito a pensar nas famílias portuguesas. Temos que continuar neste caminho de dar resposta à escassez da oferta, que é um dos maiores handicaps do mercado actualmente", sublinhou o director-geral da JLL.
De acordo com o Market 360º, 2020 promete ser um ano de elevada actividade em todos os sectores, apesar dos desafios colocados pela limitação da oferta que continua a persistir.
“Um mercado maduro que procura novos caminhos...”
Um dos acontecimentos que se irá assistir em 2020, refere o Market 360º , será a tendência de diversificação que vai atravessar o mercado quer em termos de segmentos e conceitos, quer em termos de geografias. “Isto é algo que começou a desenhar-se já em 2019 e que é típico de um mercado maduro que procura novos caminhos para se expandir” - enfatizou o DG da JLL Portugal. “Os segmentos alternativos e a co-revolution vão dar que falar nos próximos anos, quer como alvos de investimento para rendimento quer como novos modelos de imobiliário que os millennials querem usar cada vez mais. A par destas novidades, também estão a emergir novas formas de captar investimento para o país, como as SIGI, e os promotores e investidores estão atentos a cada vez mais geografias fora de Lisboa e Porto", explicou ainda Pedro Lancastre.
O investimento internacional continuará a ser muito importante
Os investidores internacionais deverão transaccionar 2,5 mil milhões de euros durante este ano no imobiliário português, segundo o estudo da consultora JLL .
“No investimento, Portugal vai manter-se como um dos destinos primordiais dos investidores internacionais, estimando-se um volume de transacções próximo dos 2,5 mil milhões de euros”, afirma o ‘Market 360.º’.
Nos escritórios, o ano “irá exigir criatividade” para encontrar oferta disponível para a procura que tende a não abrandar, enquanto, no retalho, o comércio de rua deverá manter a sua dinâmica, diversificando-se as ruas junto dos principais eixos comerciais em Lisboa e no Porto.
Nos centros comerciais vai continuar “a regeneração da oferta”, incluindo a expansão de projectos como o Colombo, em Lisboa, e o Norte Shopping, em Matosinhos.
Por sua vez, na habitação o estudo prevê um ano de crescimento menos pronunciado, com os preços das casas “a ajustarem especialmente no segmento de usados”.
A habitação será um dos “grandes alvos de investimento” com os promotores “muito activos” na compra de terrenos para o desenvolvimento de projectos de raiz, revela o estudo.
Já no sector hoteleiro, antecipa-se um “ano forte” para o turismo nacional, com “maior diversificação da origem dos turistas e um bom desempenho dos hotéis”.
Para o director-geral da JLL em Portugal, “novas portas estão a abrir-se para a entrada do mercado numa nova década, num cenário em que Portugal continua a manter-se em alta junto de investidores, promotores, empresas, estudantes e turistas”.