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Mocambique: quando a comunidade local é sócia de resort turístico

1 de novembro de 2017

A comunidade local de Chemucane tornou-se sócia de um novo resort turístico na Reserva Natural de Maputo, mantendo parte dos lucros das visitas, anunciou hoje a Administração Nacional de Áreas de Conservação de Moçambique (ANAC).

"As partes concordaram em compartilhar os lucros, com 40% para a comunidade e 60% para o sector privado," mais "seis dólares para cada turista hospedado" para os cofres da comunidade, diz a ANAC em comunicado.

O empreendimento de ecoturismo da Anvil Bay está localizado na Ponta Chemucane, no distrito de Matutuine, e a sua construção ascendeu a 2,5 milhões de dólares (2,2 milhões de euros), dos quais 1,5 milhão de dólares vieram da Fundação Bell, representando o sector privado e o outro milhão pago pela comunidade.

A contribuição da comunidade resultou de um apoio do governo de Moçambique no montante de 500 mil dólares, e a parte restante foi obtida através de um empréstimo sem juros do African Safari Lodge, reembolsável em 10 anos a partir de 2018.

A abertura da Anvil Bay na segunda-feira ocorre sete anos depois do governo ter assinado um acordo de concessão com a Associação Comunitária Ahi Zameni Chemucane para implementar o projecto.

A Reserva Natural de Maputo beneficiou de um processo de repovoamento da fauna em Agosto passado. Cerca de 1.500 animais foram transferidos, incluindo 450 impala se 281 zebras. A reserva também recebeu um grande número de de javalis, kudus, inhalas e leopardos.

 

 Os antecedentes

Em 2011, a Ahi Zameni Chemucane, uma associação comunitária que representa três comunidades moçambicanas rurais, assinou um acordo de parceria de 25 anos com a Fundação Bell e recebeu um empréstimo sem juros da African Safari Lodge Foundation para desenvolver uma pousada luxuosa de ecoturismo na zona norte da Reserva de Maputo. Após uma inspecção por uma equipa dos serviços distritais para as actividades económicas, saúde e obras públicas, o Anvil Bay Lodge recebeu uma licença de operador turístico e tornou-se totalmente operacional. Dispõe de 11 unidades de hóspedes, um restaurante e um bar na praia. O lodge usa energia solar e esforça-se por minimizar o seu impacto no meio ambiente. Emprega 31 trabalhadores, dos quais 29 são de comunidades locais. O bar, o restaurante, o serviço de arrumação e a logística são geridos por membros da comunidade local que receberam formação no SA College for Tourism, na África do Sul.