“Cenários pesados para o turismo” – adverte ministro da Economia
O ministro da Economia admitiu hoje “cenários pesados para o turismo”, sector que vai ter a retoma mais lenta de todos, apesar de estar convencido de que comece a acontecer já no próximo ano.
“Temos de assumir isto, [vamos ter um] período de um ou dois anos em que os níveis da actividade turística vai estar muito abaixo daquilo a que nos habituámos”, afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.
O governante falava na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, sobre as consequências económicas da pandemia de covid-19 e as medidas de combate à sua propagação.
“Estou convencido de que no próximo ano haverá retoma, mas não quero esconder nada, temos cenários pesados para o turismo”, sublinhou.
Lembrando que o turismo representa 14% do volume de negócios e 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) português, Siza Vieira admitiu que o Governo está preocupado com o impacto da pandemia no sector, mas quis também “contrariar a ideia de que o país está excessivamente dependente do turismo”.
Mudar de vida...
Apesar da importância da actividade turística no equilíbrio da balança externa e na criação de emprego, o governante considerou que o sector “está longe” de assegurar a actividade exportadora do país, devido à diversificação da actividade económica a que se tem assistido nos últimos anos.
Assim, Siza Vieira defendeu que terão de ser outros sectores a dar um maior contributo para as exportações portuguesas nos próximos tempos.
O ministro com a pasta de Economia e Transição Digital considerou, ainda, que esta crise, primeiro sanitária e depois económica, veio demonstrar a necessidade de alteração dos estilos de vida.
“Se há alguma coisa boa que podemos tirar no meio desta desgraça toda […] é percebermos que, bem mobilizada, a população consegue adaptar-se a novos estilos de vida”, defendeu.
O caminho a seguir, disse, não passa por reforçar a economia extractiva de antes, mas sim aumentar os apoios à transição digital, a uma economia circular e mais justa.
Lusa/DI