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Turismo

 

 

“Cenários pesados para o turismo” – adverte ministro da Economia

21 de abril de 2020

O ministro da Economia admitiu hoje “cenários pesados para o turismo”, sector que vai ter a retoma mais lenta de todos, apesar de estar convencido de que comece a acontecer já no próximo ano.

“Temos de assumir isto, [vamos ter um] período de um ou dois anos em que os níveis da actividade turística vai estar muito abaixo daquilo a que nos habituámos”, afirmou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

O governante falava na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa, sobre as consequências económicas da pandemia de covid-19 e as medidas de combate à sua propagação.

“Estou convencido de que no próximo ano haverá retoma, mas não quero esconder nada, temos cenários pesados para o turismo”, sublinhou.

Lembrando que o turismo representa 14% do volume de negócios e 8,8% do Produto Interno Bruto (PIB) português, Siza Vieira admitiu que o Governo está preocupado com o impacto da pandemia no sector, mas quis também “contrariar a ideia de que o país está excessivamente dependente do turismo”.

 

Mudar de vida...

Apesar da importância da actividade turística no equilíbrio da balança externa e na criação de emprego, o governante considerou que o sector “está longe” de assegurar a actividade exportadora do país, devido à diversificação da actividade económica a que se tem assistido nos últimos anos.

Assim, Siza Vieira defendeu que terão de ser outros sectores a dar um maior contributo para as exportações portuguesas nos próximos tempos.

O ministro com a pasta de Economia e Transição Digital considerou, ainda, que esta crise, primeiro sanitária e depois económica, veio demonstrar a necessidade de alteração dos estilos de vida.

“Se há alguma coisa boa que podemos tirar no meio desta desgraça toda […] é percebermos que, bem mobilizada, a população consegue adaptar-se a novos estilos de vida”, defendeu.

O caminho a seguir, disse, não passa por reforçar a economia extractiva de antes, mas sim aumentar os apoios à transição digital, a uma economia circular e mais justa.

Lusa/DI