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Cabo Verde: voos inter-ilhas vão baixar de preço

28 de outubro de 2019

O director-geral da Cabo Verde Connect, José Madeira, afirmou à Lusa que espera que a entrada daquela companhia aérea no mercado das ligações domésticas entre as ilhas de Cabo Verde, no próximo ano, faça os preços descerem 5 a 6%.

"A nossa perspectiva é que haja ganhos em determinadas rotas, nomeadamente onde existem preços duplicados, neste tipo de operação pretendemos um bilhete corrido, e presumo que haja reduções de 5 a 6% só pelo facto de entrarmos no mercado cabo-verdiano", disse José Madeira, em entrevista à agência Lusa na cidade da Praia, Cabo Verde.

"O facto de haver outro 'player' no mercado e estarmos a abalar uma estrutura monopolista do ponto de vista do tráfego vai beneficiar o preço, isso é natural", apontou, acrescentando que "o que é expectável” é que a empresa seja “muito responsável nos preços e nos tabelamentos das viagens".

 

Operadores portugueses no mercado cabo-verdiano

A portuguesa Lease-Fly prevê avançar até ao início de 2020 com um processo para certificação da companhia aérea regional Cabo Verde Connect junto das autoridades cabo-verdianas, estimando a criação de 50 postos de trabalho qualificados.

Segundo José Madeira, que é também director executivo da Lease-Fly, a companhia começou em Agosto a assegurar voos domésticos em Cabo Verde, no âmbito do consórcio liderado pela Cabo Verde Airlines (CVA).

Em causa estão as ligações das ilhas de Santiago (Praia), São Vicente e Fogo para a ilha do Sal, onde a CVA instalou o ‘hub’ para os seus voos internacionais, através de um consórcio que junta ainda o grupo português Newtour, líder de mercado em Portugal e Cabo Verde em áreas como a hotelaria e distribuição.

Até agora, as ligações aéreas entre ilhas eram asseguradas apenas pela companhia Binter, mas o Governo cabo-verdiano tem insistido que o mercado está aberto a novas operadoras.

"O objectivo da nossa operação é alargar a oferta o mais possível a todas as ilhas", apontou, sobre a empresa que a Lease-Fly vai instalar em Cabo Verde, ressalvando que é preciso "considerar os aspectos económicos do negócio".

"Até porque em companhias aéreas fala-se em rentabilidades de 5 a 8%, e no dia em que tivéssemos uma rentabilidade muito superior, a nossa responsabilidade social obrigar-nos-ia a ir para ilhas menos rentáveis", referiu o responsável.

A estratégia desta companhia aérea passa por fazer parcerias com as companhias aéreas de bandeira, como são os casos da Cabo Verde Airlines e da TAP em Portugal, assegurando as ligações domésticas e deixando o mercado internacional para estas companhias.

"O nosso modelo de negócio é trabalhar com a companhia aérea de bandeira, nós trabalhamos no mercado regional e isso serve a companhia de bandeira, e serve para ir buscar aquela capilaridade que as companhias aéreas não querem, não sabem ou não são suficientemente eficientes na sua operação", disse José Madeira, vincando que, no caso de Cabo Verde, o objectivo é "transportar das várias ilhas par ao Sal e depois da CVA leva-os para outro sítio num avião maior".

Questionado sobre a possibilidade de haver concorrência entre as duas companhias, o responsável rejeitou a ideia: "Nunca entraremos em concorrência com a CVA porque isso era matar o nosso negócio e tudo o que fizermos em termos de política de transporte será sempre em coordenação com a companhia aérea", afirmou.

O responsável acrescentou que em Abril ou Maio a empresa já deverá ter todas as certificações e autorizações para "estar completamente autónoma, havendo mais uma companhia de lei cabo-verdiana a operar em Cabo Verde".

Lusa/DI