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Taxas Euribor deverão descer em 2024 aliviando ligeiramente prestações bancárias

2 de janeiro de 2024

As taxas Euribor terão atingido o pico em 2023, ainda que abaixo dos recordes de 2008, e deverão recuar ao longo de 2024, aliviando um pouco o esforço de quem paga crédito ao banco, segundo analistas contactados.

As continuas subidas das taxas de juro directoras pelo Banco Central Europeu (BCE) levaram em 2023 as Euribor (taxas de referência no crédito à habitação) a atingirem os níveis mais elevados desde 2008.

As Euribor já vinham subindo desde Abril de 2022, antecipando a mudança na política monetária (face à elevada inflação), mas foi este ano que atingiram máximos desde 2008, atingindo a taxa a seis meses 4,138% em Outubro (abaixo dos 5,431% de 2008).

Já nas últimas semanas do ano que passou as Euribor vieram recuando ligeiramente e os mercados esperam que a tendência continue em 2024, depois de o BCE ter mantido as taxas directoras inalteradas nas últimas duas reuniões e poder haver mesmo um corte no primeiro semestre (se o BCE vier a considerar que a inflação está controlada).


Muitas condicionantes...

O analista da XTB Henrique Tomé afirma que as Euribor deverão continuar a recuar em 2024 acompanhando "uma mudança na trajectória dos juros". A influenciar a baixa das Euribor, explicou, estão as decisões do BCE mas também a inflação, a conjuntura económica e a descida dos juros da dívida soberana.

Contudo, avisa que "estas perspectivas podem mudar rapidamente se houver mudanças na trajectória da inflação ou de outros indicadores económicos que possam levar o banco central a reflectir sobre a sua estratégia de política monetária".

Para o analista da ActivTrades Mário Martins, depois de 2023 ter sido o "ano do topo nos juros desde 2008", o ano de 2024 "começará com a Euribor a seis meses abaixo dos 4% e será provável que termine entre os 3,25% a 3,50%". Isto, alerta também, "a menos que ocorra algo inesperado, que reverta o caminho de normalização da inflação para o nível desejado dos 2%, o que iria suspender este alívio".

Já a descida das Euribor pode ser ainda maior se a economia da zona euro abrandar de forma significativa, sendo que nesse caso Mário Martins antevê a Euribor a seis meses a acabar 2024 entre os 2,75% e os 3%.

Questionados sobre o facto de a Euribor a três meses estar actualmente acima da taxa a seis meses, explicaram que acontece porque os mercados antecipam que a descida dos juros aconteça a médio prazo, só no segundo ou terceiro trimestre de 2024, o que tem sobretudo impacto nas Euribor de maior prazo.

A descida das Euribor terá impacto nos empréstimos, aliviando desde logo - ainda que ligeiramente - as prestações do crédito à habitação a taxa variável à medida que estas forem sendo actualizadas. A subida das Euribor tem aumentado as prestações pelo impacto dos juros que os clientes pagam.

Lusa/DI