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Preço das casas: +12,8% em 2017, o maior aumento do século

13 de março de 2018

O preço de venda das casas em Portugal (Continental) aumentou 12,8% em Dezembro de 2017 face ao mesmo mês do ano anterior, revelam os últimos dados do Índice de Preços Residenciais (IPR) da Confidencial Imobiliário, que é apurado a partir da informação sobre preços efectivos de transacções efectivas captados no âmbito do SIR-Sistema de Informação Residencial.

O resultado obtido no final do ano foi fortemente influenciado pelo comportamento dos meses de Junho e Dezembro de 2017, nos quais a subida mensal de preços atingiu 2,4% e 1,6% respectivamente, as maiores do último ano.

De acordo com o IPR da Confidencial Imobiliária, os preços têm vindo a subir de forma ininterrupta ao longo dos últimos 18 meses (desde Julho de 2016) e a última série comparável de valorização aconteceu entre o final de 2002 e o começo de 2005, com um ciclo de 26 meses seguidos de aumento dos preços de venda da habitação. No entanto, nesse período os preços observavam variações muito contidas, com valorização homólogas abaixo de 1,5%, redundando numa subida acumulada de apenas 2,1%.

Ao contrário, desde julho de 2016, os preços apresentam uma subida acumulada de 16,3%, dando seguimento e aprofundando o processo de recuperação do mercado iniciado no segundo semestre de 2013, antes do qual os preços haviam descido 21,7%.

 

A evolução dos preços, o “crash” da crise e a evolução da inflação

“ A variação homóloga de dezembro de 2017 não só é a maior do presente século, como é mesmo necessário recuar mais de 25 anos, mais concretamente a Julho de 1992, para encontrar um registo equivalente. E por isso, chegando ao final de 2017, os preços estão 0,9% abaixo do pico máximo atingido no mercado, o que aconteceu há mais de dez anos atrás, em setembro de 2007”, explica Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.

“Mas apesar desta recuperação acentuada, temos que saber ver os resultados à luz do que teria sido uma evolução natural dos preços, ou seja se o mercado tivesse prosseguido uma trajectória de valorização conforme a taxa de inflação (ou seja valorização real nula), não tendo sido atingido pela crise das dívidas soberanas. Nesse cenário, os preços estariam hoje num patamar cerca de 13,6% acima do observado efectivamente”, acrescenta.

Considerando a taxa de variação homóloga, os dados do Índice da Ci mostram que desde Março de 2002 que os preços da habitação evoluem abaixo da inflação. Assim, apesar da subida nominal dos preços, a evolução dos mesmos em termos reais (ou seja deduzido do efeito da inflação) foi quase sempre de descida. As excepções foram os períodos de meados de 2005 a meados de 2006 e de meados de 2007 a meados de 2008. Desde então, o mercado somente a partir de outubro de 2013 voltou a subir acima da inflação mas, mesmo assim, ficando ainda abaixo do ponto em que estaria caso não tivesse tido a quebra de preços registada com a crise financeira.