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Habitação by century 21

 

A evolução do mercado residencial em Portugal

27 de maio de 2019

O mercado residencial nacional contabilizou 24,1 mil milhões de euros de transacções em 2018, mais 24,4% que no ano anterior. A Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte somaram 64,6% do total de transacções realizadas no ano passado. Em 2019, o mercado residencial deverá iniciar um caminho de maior estabilização e consolidação dos preços e o regime de arrendamento continuará, em 2019, a ser uma das opções para uma percentagem muito significativa da população residente em Portugal – estas algumas das principais conclusões do estudo elaborado pela consultora imobiliária Savills Portugal sobre a evolução do mercado residencial em território nacional.

O referido estudo refere que “em 2018, o mercado residencial em Portugal continuou a observar um comportamento de crescimento muito positivo”, facto que é comprovado pelos dados do INE, que referem que, em 2018, foram vendidas 178 691 habitações no total, das quais 85,2% dizem respeito a habitações usadas. Face ao período homólogo, este resultado representa uma subida de 16,6%.

“Tendo em conta estes números, a reabilitação urbana exerce um peso bastante significativo, bem como a compra para colocação no mercado de arrendamento turístico, que têm sido sem dúvida, os dois factores mais dinamizadores do mercado residencial”, adianta Alexandra Gomes, Senior Analyst Research Department da Savills Portugal.

A compra e venda de casas para uso próprio e direccionada para os compradores nacionais mantém-se, porém, em níveis modestos e que traduzem uma desadequação da oferta actual ao perfil da procura.

“A escassez de construção nova pensada de raiz para as famílias portuguesas de rendimento médio é um dos principais desafios que o mercado de promoção residencial enfrenta atualmente”, acrescenta a responsável.

 

Os números dos licenciamentos

Em 2018, segundo dados divulgados no estudo da Savills, foram licenciados um total de 22.062 edifícios em Portugal, dos quais 5.164 são destinados à reabilitação urbana, 16.898 destinados a construções novas e, destes, 11 375 foram destinados a habitação familiar (67,3%).

A Área Metropolitana de Lisboa representou 15,5% dos edifícios licenciados em 2018, com um total de 2 069 edifícios (84,2%) destinados a habitação familiar.

Já a região Norte contou com um total de 8.580 edifícios, dos quais 23,3% foram direccionados para reabilitação urbana e 70% destinados a construções novas, com a habitação familiar equivalente a 75,4%.

 

Perspectivas do Mercado Residencial para 2019

Na opinião de Alexandra Gomes, a especialista da Savills, “em 2019, o mercado residencial deverá iniciar um caminho de maior estabilização e consolidação dos preços, mais direccionado para o segmento de imoveis residenciais usados. A promoção de projectos direccionados para o segmento prime manter-se-á em alta, não sendo ainda expectável um ajustamento de preços visível e que produza efeitos na dinâmica do mercado residencial”, comenta.

Uma das tendências que o estudo aponta é a “introdução de novas formas e regimes habitacionais que reflectem novos estilos de vida começam a trazer à luz do dia modelos habitacionais assentes em conceitos de economia partilhada e coabitação”.

Se em alguns países europeus são conceitos já numa fase de perfeita engrenagem e totalmente integrados no mercado residencial, em Portugal dão-se agora os primeiros passos e começam a surgir investidores internacionais com interesse em apostar no mercado português para a implementação de conceitos de Co-Living.