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Foto de Zinkevych em Freepik

Construção enfrenta crescimento modesto e desigual em 2023 e 2024

11 de dezembro de 2023

A engenharia civil impulsiona o desempenho geral do setor, enquanto a situação económica desacelera o crescimento da construção residencial.

A Crédito y Caución - empresa líder do seguro de crédito no mercado interno e no crédito à exportação na Península Ibérica - prevê que a produção global do sector da construção aumente 3,2% em 2023. Embora possa parecer promissor, a empresa refere que “o desempenho nas economias avançadas está próximo da estagnação, apenas 0,3% acima do ano passado”, enfrentando o sector “um crescimento modesto, a maior parte do qual virá da sua actividade nos mercados emergentes, onde terá um crescimento de 5,8%”.

Segundo dados agora revelados pela empresa, “a construção residencial no mundo deverá crescer apenas 1,1% em 2023 e 0,6% em 2024”, com muitas economias avançadas a registarem contracções este ano. “As elevadas taxas de juros e os altos juros hipotecários, juntamente com a alta inflação, estão a pressionar a capacidade de compra e a reduzir a procura. Os custos de materiais e de mão de obra permanecem elevados em muitas economias, levando a pressões sobre as margens e a uma desaceleração em novos projectos de construção - refere. No entanto, a Crédito y Caución prevê que a construção não residencial cresça 5% em 2023 e 1,7% em 2024. A engenharia civil também vai mostrar algum dinamismo, com crescimentos de 5,6% este ano e de 3,6% em 2024.

Além da crescente urbanização nos mercados emergentes, o sector tem outros fortes motores de crescimento, como a promoção de grandes projectos de infraestruturas pelas administrações dos Estados Unidos, da União Europeia e da China para impulsionar o potencial produtivo das suas economias e a crescente importância da sustentabilidade, que exige maiores investimentos para melhorar a eficiência energética e responder a padrões ambientais mais rígidos.


Foto DI


Concorrência acirrada, margens reduzidas...

Na maior parte dos mercados, a concorrência no sector é feroz, as margens são reduzidas e os compradores públicos pagam muitas vezes com atraso. Com a agravante de a proporção de falências ser mais elevada neste sector do que na maior parte dos outros sectores - sublinha a empresa.

Outro condicionamento estrutural com que o sector se confronta é  a escassez de mão de obra. “A falta de trabalhadores qualificados pode aumentar os custos salariais e constitui um problema grave em muitos mercados avançados. A médio prazo, poderá tornar-se um grave problema estrutural na Europa. O sector enfrenta igualmente pressões significativas para reduzir o seu impacto ambiental, sendo responsável por 36% do consumo global de energia e por 40% das emissões de CO2.

Na área do euro, o crescimento em 2023 será de 1,8%, apoiado sobretudo pelo investimento público. A Crédito y Caución prevê que a engenharia civil cresça 5,8%, impulsionada pelo plano de recuperação NextGenerationEU.

Para 2024, a seguradora de crédito espera que o crescimento do setor da construção seja ainda mais modesto, na ordem dos 1,1%.