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Beleza arquitectónica na homenagem à Batalha dos Atoleiros

17 de agosto de 2016

O Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros, em Fronteira, dos arquitectos Gonçalo Byrne e José Laranjeira faz justiça à importância desta batalha da Historia portuguesa. 

Foi no actual município de Fronteira, distrito de Portalegre que ocorreu a 6 de Abril de 1384 a famosa e histórica Batalha dos Atoleiros, entre as tropas portuguesas comandadas por Nuno Álvares Pereira e uma expedição castelhana, enviada por João I de Castela. Eram 1500 homens portugueses a pé, dos quais 100 besteiros e 300 lanças contra 5.000 homens por Castela.

Apesar da inferioridade numérica as tropas portuguesas conseguiram surpreender os invasores e foi a primeira e efectiva utilização das novas técnicas de defesa de forças de infantaria em inferioridade numérica perante uma cavalaria pesada muito superior. A mais conhecida destas será conhecida como a técnica do quadrado.

A batalha durou pouco, tendo sofrido o exército castelhano pesadas baixas e a vitória dos portugueses foi ainda mais festejada porque não ocorreu uma única morte, nem se registaram feridos.

Nuno Álvares Pereira que tinha sido nomeado pelo Mestre de Avis como fronteiro do Alentejo saiu vitorioso da batalha.

Esta batalha ficou para a História e para não ficar no esquecimento, a Câmara Municipal de Fronteira decidiu erguer um centro de interpretação da Batalha de Atoleiros. Não sendo possível construir no próprio local da batalha ficou no centro da Vila. Os arquitectos Gonçalo Byrne e José Laranjeira ficaram responsáveis para fazer um monumento que fizesse justiça ao momento histórico de Portugal.

Experimentar diferentes perspectivas visuais sobre o campo de Batalha

E esse objectivo foi cumprido. No decurso da visita ao Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros – Fronteira, os visitantes experimentam diferentes perspectivas visuais sobre o campo de Batalha, mas também sobre a história, através dos seus protagonistas e autores, levadas pela mão do pintor Martins Barata, autor do fresco que invoca a batalha, instalado na sala de audiências do Tribunal de Fronteira, vizinho do Centro de Interpretação.

No seu interior, é constituído pelos três grandes núcleos expositivos e pelos espaços de apoio, como sejam a recepção / bilheteira, as instalações sanitárias, uma área de apoio com serviço automático de bar e bengaleiro.

A massa construída do edifício remete para um imaginário da construção de taipa tradicional, recorrendo a uma textura rugosa, conseguida com a utilização de betão colorido, com várias texturas, num sentido manual próximo da mão humana. A textura é reforçada com a interposição de linhas de lajes de xisto colocadas na junta horizontal.

Um Parque Urbano para receber o Centro de Interpretação

Um banco de grande dimensão, no final do circuito expositivo, apresenta o Parque urbano em toda a sua dimensão, ensaiando um outro discurso expositivo, este feito de elementos vegetais e inertes, numa dimensão escultórica que simula as planícies e remete a imaginação para a Batalha de Atoleiros.

A História de um país que mostra que mesmo em tempos difíceis consegue encontrar soluções para vencer as adversidades e que podem ser inspiradoras para os dias actuais. Um projecto que Gonçalo Byrne e José Laranjeira deixam como legado aos portugueses e que faz justiça à nossa História.

Ficha Técnica:

Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros

Fronteira, 2007-2010

Cliente: Município de Fronteira

Área de construção: 935,00 m²

Valor da obra: 870 000,00 €

Projecto de arquitectura: Gonçalo Byrne e José Laranjeira (Gonçalo Byrne Arquitectos, Lda)

Colaboração: Arquitectos Ana Abrantes; Doriana Reino e Miguel Silva

Projecto de arquitectura paisagista: Arquitecta Marta Byrne

Projectos de estruturas: Engenheiros Miguel Villar e Dina Martins (BETAR, Lda)

Conteúdos Multimédia: Johan Schelfhout

Fotografia: Fernando Guerra | FG + SG Fotografia de Arquitectura | www.ultimasreportagens.com