CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Actualidade

 

Transacções imobiliárias podem chegar aos 3,5 mM€ em 2018

16 de agosto de 2018

O volume de investimento em imobiliário no primeiro semestre deste ano atingiu os 1,9 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 56% face ao mesmo período de 2017 e a previsão de total de transacções em Portugal para 2018 deve situar-se entre os 3 – 3,5 milmilhões de euros.

Segundo a Cushman & Wakefield (C&W), registaram-se ainda os mínimos históricos nas prime yields em todos os sectores. A consultora revela que desde 2014 que o mercado demonstra um dinamismo crescente, através de um aumento da actividade de ocupação e de investimento, bem como de uma forte valorização dos activos imobiliários. O sector residencial tem tido o crescimento mais significativo, mas os sectores de imobiliário comercial registam também uma evolução muito positiva.

No segmento de escritórios, na Grande Lisboa verificou-se nos primeiros sete meses do ano um crescimento da procura de espaços de escritórios de 31% face a 2017, com cerca de 114.000 m2 transaccionados. Após o início da retoma em 2014, a procura de escritórios na Grande Lisboa tem vindo a crescer de forma sustentada, situando-se o valor dos primeiros 7 meses de 2018 73% acima da média da última década. A zona 6 (Corredor Oeste) concentrou o maior volume de área contratada no semestre, 30% do total, tendo sido na Zona 5 (Parque das Nações) que se fechou o maior negócio: a ocupação integral por parte da Teleperformance de um edifício com 8.000 m². na Avenida Infante Dom Henrique.

Já no Grande Porto, o primeiro semestre registou também elevado dinamismo, com cerca de 30.000 m2 transaccionados. A ocupação de 16.000 m2 por parte do BNP Paribas no Urbo Business Center foi a operação de maior dimensão em 2018 até à data.

Ambas as cidades demonstram escassez de espaços disponíveis de qualidade, situando-se a taxa de desocupação na Grande Lisboa nos 7,2%, 140 pontos base abaixo do ano passado. Os valores de mercado retratam o bom momento do mercado, situando-se a renda prime em Lisboa nos 21 euros/m2/mês e no Porto nos 16,5 euros/m2/mês; em ambos os casos atingindo máximos dos últimos 15 anos.   

A análise do índice de procura de retalho da Cushman & Wakefield -. baseada numa amostra não aleatória representativa do mercado nacional de conjuntos comerciais e de comércio de rua nas cidades de Lisboa e do Porto - denota a forte actividade do sector, particularmente no comércio de rua. A amostra da C&W revela entre Janeiro e Junho de 2018 mais de 150 novas aberturas de lojas de rua em Lisboa e Porto, revelando um crescimento de 20% face a 2017.

A restauração manteve-se o sector mais ativo, tendo sido responsável por 60% das novas aberturas. Nos primeiros seis meses do ano abriram mais de 100 novas unidades de restauração nas ruas das duas principais cidades do país.

Em Lisboa as Avenidas Novas foram a zona com maior dinamismo, com destaque para o sector alimentar que tem vindo a expandir no formato de proximidade. O Lidl, My Auchan, Minipreço e Meu Super são exemplos de novas aberturas nesta localização.

A Baixa do Porto tem vindo a registar uma procura crescente. Na Rua Sá da Bandeira inaugurou no principio do ano a Fábrica de Cervejas Portuense e mais recentemente a Brasileira reabriu portas após 5 anos encerrada. Na Rua de Santa Catarina, mais vocacionada para a moda, destaque para a abertura da Salsa. Na Rua das Flores, destino de restauração muito em voga na cidade, inaugurou recentemente a marca internacional de gelados, Häagen-Dazs.

As rendas de mercado mantiveram o crescimento que se tem vindo a verificar nos últimos anos, com o comércio de rua a registar as maiores subidas. Em Lisboa, a zona da Baixa teve a subida mais acentuada, mais de 20% nos últimos 12 meses, estando hoje nos 100€/m2/mês; o Chiado manteve-se a localização de retalho mais cara do país, com uma renda prime na ordem dos 130 euros/m2/mês.

Na cidade do Porto o crescimento dos valores de rendas no comércio de rua foi ainda mais acentuado. Na Rua de Santa Catarina, localização mais valorizada da cidade, a renda prime subiu 30% nos últimos 12 meses, estando actualmente nos 75 eurios/m2/mês. 

Quanto à actividade de investimento institucional, entre Janeiro e Julho foram fechadas cerca de 30 operações em território nacional, envolvendo cerca de 1,9 mil milhões de euros e revelando um crescimento de 56% face a igual período de 2017.

Em oposição ao ano anterior, no qual os sectores de escritórios e de retalho foram responsáveis por volumes equivalentes de capital, cada um na ordem dos 37%, em 2018 o sector de retalho lidera largamente o volume de investimento, com 65% dos capitais alocados até à data ao imobiliário comercial.  

O investimento estrangeiro lidera largamente a actividade, representando 98% do capital investido. Os investidores franceses foram responsáveis pela maior parcela, 35% do total, seguidos pelos espanhóis, com 29% e por investidores originários do Reino Unido, responsáveis por 20% do total.

O maior negócio do ano até à data foi a compra na altura ainda Immochan (actualmente designada Ceetrus Portugal) do portfolio de retalho da Blackstone, composto pelo Forum Sintra, Forum Montijo e Sintra Retail Park, por um valor de 411 milhões de euros. O negócio de maior dimensão no sector de escritórios foi a venda do Lagoas Park da Teixeira Duarte à Kildare Partners, por um valor de 375 milhões de euros.

Os valores de mercado revelam a elevada atractividade do imobiliário nacional, com todas as classes de activos a registarem mínimos históricos nas prime yields, actualmente entre os 4,50% para escritórios e comércio de rua, 4,75% para centros comerciais e 6,25% para activos logísticos.