"Os Verdes" alertam para projectos em Caxias e Carcavelos
Dirigentes do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) alertaram hoje para as consequências ambientais das construções privadas previstas para a orla costeira nas praias de Caxias (Oeiras) e de Carcavelos (Cascais).
A acção de sensibilização à população passou pela entrega de pequenos tubos com areia, pretendendo funcionar como "símbolo dos perigos das construções imobiliárias" previstas, referindo-se ao projecto Porto Cruz (Oeiras) e o Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (Cascais).
"Queremos estimular as pessoas a participarem na luta contra estas construções, porque, se não o fizerem, correm o risco de qualquer dia não termos praia, só a areia deste tubo", explicou Joana Silva.
Os elementos de "Os Verdes" começaram o dia na praia de Caxias, que, segundo dizem, corre o risco de ser diminuída com o prolongamento do passeio marítimo.
"Estamos a alertar para os riscos de intervenção da orla costeira, recuo das praias, acessibilidades, diminuição dos espaços verdes", disse a dirigente do PEV Joana Silva.
De seguida, o PEV deslocou-se à praia de Carcavelos, para constatar que muitas pessoas desconhecem as consequências ambientais dos projectos previstos.
"Verificámos que muitas pessoas não são residentes no concelho, mas são utilizadores da praia e sabem observar o que se tem alterado. Estão sensibilizadas para a importância da praia, mas desconhecem as graves consequências ambientais futuras", disse Joana Silva.
Projecto Porto Cruz, na Cruz Quebrada, promovido pelo Grupo SIL
Contestado por movimentos de cidadãos, o projecto Porto Cruz, na margem direita do Rio Jamor, prevê a demolição da antiga fábrica Lusalite, para a construção de uma marina e de uma estação ferroviária, bem como áreas de comércio e habitação, com oito edifícios, dos quais cinco torres, uma delas com 20 pisos, viadutos rodoviários, uma marina e uma piscina oceânica na margem direita da foz do rio Jamor, na Cruz Quebrada, concelho de Oeiras. O plano de pormenor abrange uma área de 26,7 hectares, mas a autarquia garante que o projecto Porto Cruz, desenvolvido em articulação com o município pelo grupo imobiliário SIL, permite a “redução da área total impermeabilizada, em resultado do modelo urbano compacto adoptado”.
Ainda no concelho de Oeiras, outro projecto polémico é o do prolongamento do passeio marítimo entre a Baía dos Golfinhos e a Praia da Cruz Quebrada, já em curso. As obras chegaram a estar suspensas por ordem judicial, mas já foram retomadas.
Também o Plano de Pormenor do Espaço de Reestruturação Urbanística de Carcavelos-Sul (PPERUCS) tem estado envolto em polémica, com os munícipes de Cascais a contestarem a construção de uma urbanização, espaços verdes e ninho de empresas junto à praia.
Fonte: Lusa/DI
