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Lisboa: o futuro incerto do Hospital Miguel Bombarda

10 de maio de 2017

O antigo hospital psiquiátrico Miguel Bombarda, desactivado em 2008 e encerrado três anos depois em Lisboa, está “bastante degradado”, mas a sua requalificação depende de uma decisão sobre a utilização futura do espaço, anunciou hoje a Estamo.

“O Hospital Miguel Bombarda já foi entregue à Estamo num estado bastante degradado e essa degradação terá tendência a aumentar com o passar do tempo”, afirma a empresa pública gestora das participações imobiliárias do Estado, numa resposta escrita enviada à agência Lusa.

De acordo com esta entidade, “a realização de uma intervenção de fundo apenas deverá ser efectuada quando estiverem definidos os parâmetros que permitam estabelecer qual a utilização futura do imóvel, dossier que está em apreciação com a Câmara Municipal de Lisboa”.

O hospital Miguel Bombarda, fundado em 1848 no antigo Convento de Rilhafoles, foi o primeiro hospital psiquiátrico do país, dimensionado para cerca de 300 pacientes.

O complexo onde funcionava esta unidade foi vendido pela Câmara à Estamo em 2009, por cerca de 25 milhões de euros.

Depois disso, foram classificados como conjunto de interesse público os edifícios do balneário D. Maria II e do Pavilhão de Segurança, pelo que o hospital ficou protegido pela Zona Especial de Protecção.

Mais tarde, foi também classificado o edifício principal (antigo convento), para o qual a Estamo chegou a propor a conversão em hotel e em equipamento cultural, lote com 192 fogos, serviços, jardins e um miradouro.

Na resposta enviada à Lusa, a Estamo recorda que “endereçou um convite a diversos empreiteiros para apresentação de propostas para análise, reparação e limpeza das coberturas do edifício principal e do pavilhão das cozinhas, tendo em vista evitar infiltrações que se verificavam no interior destes edifícios”.

Esses trabalhos “decorreram entre Abril e Maio de 2015”, aponta.

A Estamo adianta que, “em data próxima”, vai fazer “uma nova vistoria ao imóvel para verificar a evolução do seu estado de conservação”.

Na passada segunda-feira, o movimento cívico Fórum Cidadania Lx divulgou uma carta endereçada à Estamo solicitando, “o quanto antes, a colocação de uma cobertura provisória” sobre o Salão Nobre do edifício principal do Hospital Miguel Bombarda, que “está a abrir fendas na parte central devido a infiltrações pelo telhado”.

O grupo sustentava que tais condições “resultam da não efectuação de quaisquer obras, contrariando assim o prometido pela própria Estamo em 2014”.

Esta cobertura, em madeira e estuque, data de 1948 e é da autoria do arquiteto modernista Carlos Ramos.

Na missiva, o Fórum Cidadania Lx pedia a realização das “necessárias e prometidas obras de reparação da cobertura, a fim de se evitar o colapso do teto do Salão Nobre, um teto modernista Art Déco, com lâmpadas fluorescentes laterais”.

O Hospital Miguel Bombarda integra o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.