Nova Iorque no topo do pódium das “tech cities”
Nova Iorque ocupa 1º lugar no ranking Savills Tech Cities devido à sua “talent pool”, à sua posição privilegiada como centro comercial global e à chegada de grandes tecnológicas no ano 2018, como a Amazon; posicionando-se São Francisco agora em 2º lugar, devido aos custos mais elevados de co-working a nível global.
Londres ocupa o 3º lugar devido à sua boa prestação nos factores “mobilidade” e “buzz”, permanecendo como hub tecnológico dominante na Europa, com três vezes mais investimento de capital de risco em 2018, comparativamente a Paris.
Cidades chinesas em alta...
Entre as seis cidades chinesas mais importantes, o destaque vai para Beijing (Pequim) que recebeu 34 mil milhões de dólares em investimento de capital de risco por ano nos últimos 3 anos – mais do que os montantes recebidos por Nova Iorque ou São Francisco.
Estas algumas das principais conclusões do mais recente estudo (o 3.º) da “Tech Cities” – programa de estudos global elaborado pela consultora imobiliária internacional Savills. Depois de Nova Iorque, São Francisco e Londres o rankingk das top5 mundial é ocupado por Amesterdão e Boston.
A consultora internacional define uma “Savills Tech City” como um “importante cluster tecnológico na sua região, um destinatário relevante de investimento de capital de risco, encabeçando a lista de localizações preferenciais para expansão de empresas tecnológicas globais. É uma cidade vibrante para viver e trabalhar, geradora e íman de talento”.
O estudo da Savills analisa o que torna uma Tech City bem-sucedida, tendo em conta 100 métricas individuais, abrangendo factores como o número de dias necessários para começar um negócio até ao custo de um café com leite, agrupando-se em 6 categorias: ambiente empresarial, ambiente tecnológico, city buzz & wellness, “talent pool”, custos de imobiliário e mobilidade. Cada categoria é analisada no sentido de reflectir a sua importância para o sector tecnológico.
Nicky Wightman, Director da área de Global Occupier Trends da Savills, ajuda-nos a perceber a importância deste indicador em termos de competitividade entre grandes cidades a nível mundial: “As 30 Tech Cities da Savills estão entre as que apresentam um crescimento mais acelerado em todo o mundo: medidas por área metropolitana, juntas, preveem integrar cerca de 18 milhões de habitantes na próxima década. Este factor colocará ainda mais pressão nas infraestruturas existentes, representando um risco para a competitividade da cidade, daí o peso da importância da mobilidade como componente relevante dos nossos indicadores, com muitas das nossas Tech Cities na vanguarda para a resolução deste assunto.
Para Paul Tostevin, Associate Director da Savills World Research Team e Lead Researcher em Tech Cities, “Ao mesmo tempo que é interessante ver Nova Iorque alcançar o primeiro lugar este ano, vencendo São Francisco, que está a sofrer com os elevados custos de co-working, uma das tendências mais interessantes que notámos nos últimos dois anos é o crescimento de Tech Cities chinesas. Apesar de grande parte estar a meio da tabela geral, estas cidades contam agora com mais investimento de capital de risco do que as suas homólogas americanas: a quota da cidade americana relativamente a investimento de capital de risco caiu dos 40% para os 28% desde 2012, enquanto as cidades chinesas viram a sua quota crescer dos 11% para 36% no mesmo período. Beijing tem, de longe, o maior investimento de capital de risco, mas o nosso ranking coloca contudo, Xangai à frente como sendo uma Tech City mais global graças ao ambiente empresarial internacional e à melhor qualidade de vida dos seus residentes.”
Lisboa, um “ecossistema empreendedor” com enorme potencial
O Departamento de Research da Savills Portugal revela que embora a cidade de Lisboa não integre ainda este ranking, assume-se como uma das cidades do Sul da Europa com mais potencial para integrar o ranking das Tech Cities. Factores como a Mobilidade integram de forma prioritária planos de intervenção que visam melhorar a eficiência de circulação dentro da cidade e consequentemente produzir melhorias na qualidade de vida da população residente e na população flutuante que se desloca diariamente para trabalhar em Lisboa.
De acordo com o último inquérito à Mobilidade nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 23,5% da população residente em Lisboa prefere deslocar-se a pé ou de bicicleta, sendo que apenas 0,5% usam bicicleta.
Comparada no passado pelo Financial Times com São Francisco e apelidada de Nova Berlim, Lisboa assume-se actualmente como um ecossistema empreendedor, como uma das cidades mais amigáveis para startups e que oferece um dos mais elevados níveis de qualidade de vida da Europa. A capacidade de atracção de investimento internacional e a sua capacidade de atracção e implementação de Business Shared Services (a par com a cidade do Porto) torna-a um target com elevado potencial para empresas ligadas às áreas de tecnologia da informação e comunicação. A adicionar, temos também um elevado nível de segurança e excelência de recursos humanos.
Já no factor de Venture Capital e de acordo com a plataforma Transactional Track Record (TTR), em Portugal no ano 2018 foram realizados 35 investimentos que representaram 457 milhões de euros até Outubro de 2018, aplicados em empresas de Tecnologia, Internet, Turismo, Hotéis e Restaurantes.