CONSTRUÍMOS
NOTÍCIA
Internacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ilha da Boa Vista: potencial turístico atrai investimento

11 de dezembro de 2017

Durante muitos anos a Ilha do Sal foi a «menina dos olhos» do Turismo de Cabo Verde. O seu excelente aeroporto internacional, as ligações directas a algumas cidades europeias, as belas praias existentes na zona sul da ilha, foram argumentos fortes para chamar investidores hoteleiros e um fluxo razoável de turistas da Europa.

Mas os investidores mais atentos à realidade cabo-verdiana, depressa descobriram que era na ilha vizinha da Boa Vista, a apenas 18 minutos de voo, que poderia estar o «El Dorado» do turismo daquele país africano. O The Resort Group (TRG), fundado em 2007 por Rob Jarrett e Phil Donlan, foi um desses investidores visionários.

O grupo apostou no turismo em Cabo Verde quando o eclodir da crise económica fazia já sentir os seus efeitos devastadores na Europa. “Foi um risco calculado” – dizem-nos.

Na ilha do Sal o grupo promovia sequencialmente quatro resorts 5 estrelas com serviço “Tudo Incluído” - o Meliá Tortuga Beach Resort & SPA; o Meliá Dunas Beach Resort & Spa e os sofisticados Meliá Llana Beach Hotel e Tui Sensimar.

O negócio era linear. O grupo promovia e vendia os apartamentos a investidores institucionais ou particulares; estes recebiam um interessante retorno pelo seu investimento no período de construção e quando os empreendimentos passavam a ser explorados por grandes cadeias hoteleiras; e estas encaravam com agrado a sua opção por aquelas paragens que, pela excelência das suas praias e o seu clima temperado, lhes garantiam taxas de ocupação muito elevadas ao longo de todo o ano.

Os compradores de fracções nos empreendimentos em construção do The Resot Group PLC auferem de um rendimento de 12%/ano no período de construção; 7% nos 5 primeiros anos em que o resort está a operar; e 5% entre os 6º e os 15.º ano de abertura da unidade hoteleira. Isso explica muito o sucesso dos sucessivos empreendimentos.

 

Boa vista, uma ilha quase intocada…

Mas enquanto construíam no Sal, David Dumble, responsável pelas vendas internacionais do Grupo, fazia um levantamento do potencial turístico das ilhas do país-arquipélago. E a Boa Vista encantou-o. Estava quase intocada. O que era antigo e genuíno precisava de reabilitação urgente, mas estava intacto, preservava a autenticidade. As mais de cinco dezenas de quilómetros de praias de areia branca que contornam aquela que é a 3.ª maior ilha do país eram deslumbrantes, com as suas águas cristalinas de cor azul-verde esmeralda, a fazer lembrar os «postais» das Caraíbas.

Dumble ficou particularmente fascinado pela praia Santa Mónica, situada no extremo sudoeste da ilha, com as suas baías recatadas e os seus 18 km de areal a perder de vista.

 

Aprender com o passado…

Tanto os investidores estrangeiros – caso do The Resort Group -  como as autoridades governamentais haviam aprendido muito com a experiência anterior na ilha do Sal. Alí, na Boa Vista, era possível fazer tudo mais bem feito, programado, planeado, respeitando a preservação ambiental e evitando uma densa «betonização» da orla costeira.

A administração do grupo inglês resolveu comprar ao Estado caboverdiano uma extensa faixa de costa na praia de Santa Mónica onde, até finais de 2013, espera construir 6 resorts de excelência. Ao todo, será um investimento superior a 350 milhões de euros. O primeiro dos seis resortes – o White Sands Hotel & Spa – está em construção, deverá estar concluído no final de 2018 e será explorado pela cadeia Meliá.

O governo de Cabo Verde apostou também na Boa Vista para o desenvolvimento turístico principal, aprovando planos para novos hotéis e resorts, além de investir na infraestrutura da ilha, como novas estradas, fontes de energia melhoradas e centrais de dessalinização.

Rob Jarrett, o CEO do The Resort Group, disse ao “Diário Imobiliário” na Ilha do Sal, onde vive grande parte do ano, que o potencial de crescimento do turismo no país e, em particular na Boavista, é muito animador: “Desde o ano 2000 o turismo cresceu 115% e espera-se que duplique novamente”. Já nos primeiros nove meses deste ano, Cabo Verde recebeu mais de 512 mil turistas, totalizando 3,3 milhões de dormidas, o que traduz um aumento de 11% no número de hóspedes relativamente ao mesmo período de 2016, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INECV).

O empresário e investidor inglês orgulha-se de nos dizer que, quando os seis resorts estiverem prontos, “estaremos a dar emprego a 4.000 pessoas, numa ilha que terá agora uma população de 10.000 habitantes» e onde, até à chegada do turismo, o desemprego e a emigração era o caminho traçado para as novas gerações.

A ilha conta ainda com uma escassa rede hoteleira de alta qualidade, onde sobressaem os resorts “All Inclusive” Iberostar Club Boavista, na Praia de Chaves, perto da cidade mais importante da ilha, Sal-Rei; o Clubhotel Riu Karamboa, na Praia de Boca Salina, e o Hotel Riu Touareg, na Praia de Lacacão. Mas a realidade está a mudar…

 

O White Sands Hotel & Spa

O primeiro resort do The Resort Group na Boa Vista disporá de 835 propriedades de luxo, incluindo apartamentos duplex, penthouses e deslumbrantes villas privadas sob a praia; seis restaurantes temáticos, uma variedade de bares; Spa, um centro de fitness totalmente equipado e um centro de desportos aquáticos. Além de seis piscinas, bares aquáticos e restaurantes à beira da piscina; instalações para crianças, incluindo clube para crianças, playground, campos de ténis e de praia. Boa parte das 835 propriedades está já vendida, é o caso da totalidade das villas.

O segundo resort do grupo será o Hilton Boa Vista Resort. A construção começa em Julho de 2017, estando prevista e sua conclusão em Setembro de 2019. Terá 400 requintados quartos na praia de Santa Monica, desfrutando da mesma vista do White Sands Hotel & Spa, e será gerido por hoteleiros de renome internacional, o Hilton grupo.

Também a empresa China National Complete Plant Import & Export Corporation estabeleceu um contrato de obra para a construção de um estabelecimento hoteleiro de 1.150 quartos, na Urbanização de Lacacão, dentro da Zona de Desenvolvimento Turístico Integrado (ZDTI) de Santa Mónica. O Hotel será construído em duas fases, a primeira delas arrancou em Abril de 2017 e tem uma duração estimada de 24 meses. O investimento total a realizar é estimado em 122 milhões de euros. O estabelecimento será gerido pela cadeia hoteleira espanhola Barceló Hotels & Resorts.

 

A segurança,a tranquilidade e… a vida

O CEO do The Resort Group fala de Cabo Verde com um entusiasmo como se àquela terra pertencesse, mostra-nos encantando as distinções e comendas que já recebeu das autoridades do país ao longo destes 10 anos de trabalho. Fala com orgulho do apoio que o grupo tem prestado à melhoria dos cuidados de saúde e de formação da população. Diz-nos claramente que, embora empresário e investidor, não é só o dinheiro que o move. É a possibilidade de “concretizar coisas de raiz bem-feitas, proporcionar desenvolvimento e emprego ao país”, e desfrutar da tranquilidade e da alegria de viver que Cabo Verde proporciona. “Não há nada que pague a segurança…” e essa é, sem dúvida, uma enorme mais-valia de que o país se pode orgulhar – comenta.

 

 

Aeroporto Aristides Pereira

Tem uma pista de 2.100 metros de comprimento e 45 metros de largura e foi inaugurado recentemente. É um aeroporto de classe 4D, tendo sido projectado para servir o destino da ilha – o turismo. São já várias as ligações directas de voos regulares ou charters a muitas cidades europeias. A Ilha conta também com ligações diárias às restantes ilhas do país asseguradas pela Companhia Aérea Binter, que efectua também voos para as Canárias e para a Ilha da Madeira (Funchal).

 

Sal-Rei, capital da Boa Vista

É capital da Boa Vista e nela mora a maioria da população. A cidade cresceu em torno de uma praça central, ainda bem preservada, onde se situa a Igreja de Santa Isabel. O Porto de cabotagem e de pesca dá vida à cidade. Mas por todo o lado começam a proliferar, pequenas pousadas e apartamentos de alugar de curta duração.

O turismo é fonte crescente de emprego, estancando a emigração e atraindo população de outras ilhas.