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Casas portuguesas encantam na Escandinávia

17 de fevereiro de 2015

O imobiliário português tem despertado nas últimas décadas o interesse em diversos países, sobretudo os imóveis de luxo e as zonas de praia, golfe e campo. A segurança, o clima ameno e a qualidade de serviços são algumas das razões apontadas de muitos estrangeiros na escolha do nosso país para a compra de uma segunda habitação.

Os ingleses e os irlandeses foram os que mais compraram há cerca de uma década mas nos últimos anos essa tendência alterou-se e são agora os brasileiros, os russos, os chineses e os franceses a ficarem rendidos aos nossos encantos. Mas não devemos olhar apenas para estes mercados, existem muitos outros países que podem ver Portugal como um destino prioritário para um investimento imobiliário e para uma segunda casa. Os países nórdicos são um mercado que está aqui perto e que é necessário atrair. A pouco mais de duas horas de voo, Portugal pode ser o país ideal para quem procura um refúgio mais quente nos meses de inverno nos países do Norte da Europa.

Mas a maioria da população da Escandinávia ainda não está informada e sensibilizada para as potencialidades de Portugal e foi por esse motivo que o português Rui Gomes a residir e a trabalhar na Suécia como director de Marketing para uma empresa Sueca percebeu que existia uma grande lacuna na divulgação do nosso destino naquele país. Foi com esta percepção que em conjunto com um parceiro de negócios, Magnus Sandebree, surgiu a ideia de fazerem algo para dinamizar e promover o imobiliário português junto da população escandinava. Foi assim que surgiu em Agosto a Park Avenue Real Estate Portugal, a primeira mediadora imobiliária na Escandinávia que comercializa exclusivamente imobiliário português. Trata-se de produtos de gama média/alta e que têm despertado interesse no povo sueco.

Portugal é um destino ainda a ser descoberto

Rui Gomes em entrevista ao Diário Imobiliário revela que a reacção tem sido muito boa, “existe uma forte concorrência de outros mercados e como Portugal é um destino ainda a ser descoberto temos que por vezes fazer o papel de um operador turístico e logístico no terreno, algo que é muito apreciado pelos clientes, de referir que o alcance final e ‘target’ dos produtos apresentados tem sido muito bom”.

O responsável adianta ainda que Portugal apresenta enormes potencialidades, porque pode oferecer o que o mercado Sueco e Nórdico busca em outros destinos onde já existe uma estrutura Escandinava muito forte de apoio e venda como em Espanha e o Sul de França. Existem também outros mercados como a Florida, Tailândia e agora o novo membro da UE Croácia que competem com Portugal na Escandinávia. “Em linhas gerais a nossa missão é ser a referência em relação a Portugal divulgando de uma forma profissional e atractiva o que Portugal oferece e gradualmente ir diminuindo a margem de mercado dos outros destinos”, explica.

Por enquanto a Park Avenue Real Estate Portugal é vista apenas online visto a busca de imóveis na Suécia ser feita maioritariamente usando a internet e cada vez mais usando as redes sociais e dispositivos móveis. Existe também um apoio físico em Estocolmo mas não disponível para o público, mas em 2014 está previsto a abertura da primeira loja em Estocolmo.

Meio ambiente é muito importante na escolha de uma segunda casa para os Escandinavos

Na opinião de Rui Gomes existem um certo número de atracções, além do clima, as vantagens de um excelente número de "resorts" de qualidade com campos de golfe, uma costa com praias excelentes e condições para prática de desportos náuticos como a vela, tão popular na Escandinávia. O responsável adianta ainda que o meio ambiente é muito importante na escolha de uma segunda casa para os Escandinavos e aí Portugal é muito atractivo, também a história e cultura de Portugal, incluindo a gastronomia e a vinicultura e o facto de sermos um país moderno e funcional, oferecendo em geral segurança e confiança para residência ou férias. Para o responsável existe ainda algumas dificuldades a ultrapassar, como por exemplo a falta de voos todo o ano para destinos como Faro e em geral com preços mais altos para destinos em Portugal quando comparados com outros países. “Esperamos que as companhias aéreas vejam a oportunidade de crescimento e novos mercados”, refere.

O preço é importante mas não essencial

Apesar do imobiliário português estar neste momento com o património desvalorizado onde os preços das casas estão mais baixos, isso não é o factor que alicia a população escandinava, Rui Gomes revela que pode influenciar um pouco mas “não creio que seja algo fundamental, ao se fazer uma análise em mercados como a Flórida e costas espanholas por exemplo, Portugal sai desfavorecido com preços mais elevados para propriedades nos mesmos segmentos, isto pode ser indicação ainda de uma certa sobrevalorização em alguns imóveis e que o mercado depois da euforia, se vai ajustando, com a procura "versus" a oferta determinando os preços”.

Rui Gomes explica que na procura de imóveis gama média-alto para alguns clientes o preço é importante mas não essencial, existem muitos outros factores que podem ser decisivos ao escolher determinada propriedade e zona. Um factor importante foi a mudança de impostos aplicada pelo estado Português a estrangeiros que torna o país mais atractivo, “temos uma parceria com um banco privado sueco que gere patrimónios particulares e que constatou uma subida de interesse em relação a Portugal no último ano por causa a mudança de impostos”, salienta.

Vantagens financeiras a nível de impostos para os suecos que compram casa em Portugal

Johan Thim é director no banco sueco Ålandsbanken e responsável por qualquer assunto em relação a Portugal e de aconselhamento na área de taxas/investimentos dos clientes do banco e é com conhecimento sobre os interesses que Portugal desperta nos suecos que refere que existem dois tipos de investidores. Por um lado os que têm interesse em investir numa segunda casa para férias e por outro os que pretendem mesmo se mudar para Portugal. “Claro que no primeiro caso as solicitações são em maior número mas no segundo caso trata-se de investidores com muito capital que querem investir em negócios e casa naturalmente para obterem uma série de vantagens financeiras a nível de impostos”, explica Johan Thim.

Ter uma casa na Europa e num país com clima quente é um sonho para muitos suecos

O director salienta também que o clima pode ser muito apelativo para a escolha de Portugal, sobretudo porque um país com clima quente e na Europa é um sonho para muitos suecos. “Muitos suecos acreditam que os preços vão cair ainda mais. Alguns dizem que é apenas o começo. Eu não sou tão pessimista, mas o mercado é muito sensível a notícias pessimistas. Mas na realidade, cada vez mais suecos querem se mudar para Portugal, com a intenção inicial de não comprar, mas arrendar um apartamento e ver como a situação se desenvolve. Mas, por outro lado, alguns suecos que compram casa em Portugal fazem isso por um longo prazo, pois eles não têm planos de vender amanhã. Assim, agora é um bom momento para investir em Portugal”, conclui o director do banco Ålandsbanken.