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2021 será um ano para reinventar o imobiliário

26 de janeiro de 2021

No início de um novo ano em que a pandemia persiste,  novos segmentos de imobiliário vão ganhar espaço no mercado nacional, ao mesmo tempo que sectores mais tradicionais vão ter de se reinventar, revela a consultora JLL.

No estudo Market 360º, no qual a JLL apresenta um balanço da actividade do mercado imobiliário em 2020 e as perspectivas para o seu desenvolvimento este ano, nesta edição traz a novidade de maior abrangência, passando a incidir sobre os dois principais mercados do país, Lisboa e Porto.

A habitação construída de raiz para arrendamento (multi-family) é identificada como um dos segmentos emergentes de maior atenção de investidores e promotores, com Portugal a apresentar uma base de procura potencial bastante consistente e oportunidades de desenvolvimento muito atractivas face a outros mercados europeus. As residências com serviços quer para o segmento sénior quer para o segmento de estudantes, estão também na lista dos novos alvos de investimento no mercado nacional.

Destaque ainda para a redinamização do imobiliário de industrial & logística, que tem de responder a um aumento exponencial de procura no contexto do boom do comércio-electrónico. Na habitação, antecipa-se uma diversificação nos segmentos alvo e na estruturação das novas casas, enquanto no investimento se espera um leque mais diversificado de investidores e de capital, bem como de segmentos para investir.

Ao mesmo tempo, os sectores imobiliários mais tradicionais como os escritórios e o retalho, começam a reinventar-se. Sendo claro que se mantêm no radar de investidores e promotores, estes dois segmentos lidam agora com mudanças estruturais no contexto da sua ocupação, função e utilização, algo que irá mudar a forma como são desenhados.

Pedro Lancastre, director geral da JLL Portugal, explica que “a pandemia veio consagrar tendências que ainda eram tímidas, como o teletrabalho e o comércio online. Isso implica mudanças estruturais na função dos escritórios e de retalho e na relação com os seus utilizadores, pois deixam de ser espaços de mera conveniência para serem espaços de experiência. Perante isto, é inevitável que estes dois tipos de imobiliário se reinventem, pois só assim podem ser atrativos, quer na ótica de ocupação quer na de investimento.  O momento é de grande transformação, mas também de novas oportunidades”.

Quanto aos novos segmentos, o responsável destaca que “estão a emergir novos focos de investimento, entre os quais a habitação para arrendamento de longa-duração e o as residências com serviços, com a grande vantagem de proporcionarem oportunidades de mercados em fase de arranque, as quais já não existem noutros países com mercados mais maduros e bastante mais concorrenciais”.

Associado a isto, “arrancamos o novo ano com a certeza de que Portugal conserva os factores de atractividade que nos últimos anos nos distinguem a nível internacional. Temos um lugar no mapa global e podemos captar uma fatia da maior liquidez que vai estar direccionada ao mercado imobiliário na actual conjuntura, em que as taxas de juro vão manter-se baixas. Além disso, estamos bem posicionados para sair na frente da corrida da atracção de mais talentos e mais empresas, podendo ainda ser um hub importante para muitas pessoas que passarão a trabalhar a partir de casa”.

Contudo, “tudo dependerá do sucesso de plano de vacinação e da forma como reagirmos a esta nova e avassaladora vaga da pandemia”, admite Pedro Lancastre. Na sua perspectiva, “o mercado não está parado e já se mostrou resiliente, mas é evidente que uma reacção mais firme dos investidores e promotores, bem como da procura, só deverá fazer sentir-se, na melhor das hipóteses, a partir do 2º trimestre”. Por outro lado, o director-geral da JLL relembra os desafios pré-pandemia, que não podem ser esquecidos e que são vitais para o sucesso do sector. “Entre eles, a dilatação dos processos de licenciamento e as alterações previstas aos vistos gold. Num cenário em que a economia se ressente, o sector imobiliário pode ser um impulsionador muito importante para a retoma do país. Mas isso só será possível se conseguirmos lidar com estes desafios”, termina Pedro Lancastre.